Como se o exorbitante euro e meio que pedem por cada cerveja não bastasse, o JN deparou-se com uma realidade cruel. Há bares - não todos, é certo - que optam por não encher o copo na sua totalidade. A sério. Entre a espuma da cerveja e o bordo do copo existem dois centímetros e meio de vácuo. Cena estranha. A que se deve? Um dos funcionários do bar justificou-se: "Tenho ordens para isso". E quem lhe deu a ordem? Resposta pronta: "Foram os gajos da Super Bock". Ora, nada nos move contra a Super Bock, claro. Mas este tipo de ganância pode ser um tiro que lhes sai pela culatra - e não tarda andaremos aí todos a desejar Sagres. Copos cheios, sem esquemas.
Cristiano Pereira
Quem já cá veio sabe bem do que se trata: o Sudoeste é, também, o festival onde prolifera uma névoa densa de poeira que se crava na pele e cria uma película de sarro assaz desconfortável e pesada na epiderme. Mas este ano o povo pode andar, por aqui, limpinho e fresquinho. No recinto, montou-se uma passadeira rolante na qual o povo desnudado pode, sem mover uma perna, atravessar quatro fases: duche, champô, duche, secagem de ar. É como a lavagem automática de automóveis. É a Sapo Wash - e é um sucesso. "Só no primeiro dia passaram por aqui 3200 pessoas", disse-nos Penelope Carvalho, o cabelo cor de fogo. "Isto é mesmo à portuga – sabem que é grátis e aparecem aqui todos", afirmou, por seu turno, o funcionário que controlava a saída do corredor.
Cristiano Pereira